terça-feira, 6 de outubro de 2015

Porto Alegre: Ciclo de Palestras sobre Veganismo debateu ética, nutrição e cotidiano

O sábado, 3 de outubro, foi marcado pela pioneira edição do Ciclo de Palestras sobre Veganismo, realizado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo Movimento de Defesa Animal do RS e Vangurda Abolicionista. Veganos de diversas áreas palestraram nos turnos da manhã e tarde, e dezenas de pessoas assistiram às apresentações e debateram questões.  

Fotos: Marcio de Almeida Bueno
José Otávio Candido da Silva

O evento abriu às 10h30min, apresentado por Marcio de Almeida Bueno, diretor-geral da Vangurda Abolicionista. O primeio palestrante foi José Otávio Candido da Silva, da cidade de Canoas, professor de Tecnologias Computacionais, que apresentou 'Retorno ao veganismo, futuro da humanidade'. "Nascemos veganos, mas depois nos botaram esse prazer pela carne", disse. "Nas empresas, costumo dizer que o colaborador é mais rentável, desperdiça menos, se afasta menso do trabalho por problemas de saúde, é mais feliz porque gasta menos na alimentação e na farmácia", apontou. "Nas igrejas, digo que o vegano é o cristão completo - 'amar ao próximo', 'nao matarás', e certa vez tive que me retirar rapidamente", riu.

 Juliano Zabka

O segundo palestrante foi Juliano Zabka, de São Leopoldo, publicitário por formação e ativista da Pro Animal, com tema 'Por que (e como) defender os animais'. Sua fala abordou a necessidade de intervirmos também no sofrimento e morte por razões da natureza. "Se fossem humanos afetados por uma nevasca, não ajudaríamos?", provocou. Também tratou do especismo, da crueldade e exploração.

Houve pausa para almoço, e os trabalhos foram retomados às 14h, com o painel 'Falta de proteína ou falta de informação?', a cargo do agrônomo José Otavio Carlomagno, de Caxias do Sul. Deu explicações técnicas sobre nutrientes, proteínas, componentes dos alimentos e até da semelhança entre as moléculas de sangue e de clorofila. "Depois de deixar o feijão de molho e ir trocando a água, o segredo é colocar no congelador. A água no interior do grão se expande, abrindo mais as fibras, o que aumenta seu valor nutricional e evita o uso da panela de pressão", ensinou.

José Otavio Carlomagno

Em seguida foi a vez de Bruno Vilela Oliveira, professor do Departamento de Computação da CCA/UFES, da cidade de Alegre, no Esppírito Santo. Sua video-palestra 'Argumentos usados em defesa das posturas especistas e respostas a esses argumentos' pdoe ser vista na íntegra em youtube.com/watch?v=NeFsHI1DVC0.

O momento do evento que mais teve perguntas do público, debate e comentários foi durante a participação da nutricionista Lucia Badia, de Pelotas. Seu tema foi 'Veganismo e atividade física', mas ampliado para questões como B12, ácido fólico na gravidez, deficiência de vitamina D e outras dúvidas da plateia. "É bom fazer o exame, não só da dosagem da vitamina B12 sérica, mas também da homocisteína, que é um marcador que se eleva à medida que a B12 baixa no nosso organismo", aconselhou.

 Lucia Badia

A professora de Artes Visuais Tathi Jaeger apresentou o painel 'As relações entre ética, educação e os animais não-humanos'. Mostrou assuntos como o início do preconceito na Grécia, com Aristóteles, neo-bem-estarismo, Pedagogia e a Declaração de Cambridge. "Sim, a Peppa Pig é um porco. A criança pequena tem esse discernimento, mas claro que você não vai chocar com imagens, vai explicar o que acontece. 'Será que o animal está feliz no circo', de onde ele veio?", comentou.

Tathi Jaeger

Luciano Carlos Cunha, doutorando em Ética pela UFSC, de Florianópolis, fechou o evento com a vídeo-palestra 'Animais não-humanos: vítimas dos humanos, vítimas da natureza', que pode ser vista na íntegra em youtube.com/watch?v=_PlHX5q8pKg. O saldo foi considerado positivo pelos organizadores, que já preparam uma segunda edição do ciclo.

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